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Hoje vivi a estranha sensação das palavras presas na garganta. Sabe aquelas palavras que você ensaia por muito tempo, imagina o que dizer, reve no intimo da sua mente todos os dias, para quando for o momento você saber dize-las de cor? Pois é, foram essas que me ficaram presas. Eram minhas companheiras quase que diárias; assim o foram por um bom tempo. Hoje,dizeram adeus. Ou quase. Não sairam bem como no ensaio; pararam no meio da garganta. Poucas sairam e as que o fizeram, não foram minhas. Soaram falsas. Sairam com uma traquilidade e naturalidade inexistente dentro de mim.
O texto ensaiado pelo ator interior foi quebrado no ensaio; a apresentação do espetáculo foi fraca, sem verdade, sem ao menos um pingo de solidariedade, esta que era o ponto forte do texto ensaiado.
Assim o foi, e já foi. Da próxima, ensaiarei mais para, quem sabe, o ator ser aplaudido ao final do espetáculo!

Comentários

Anônimo disse…
A arte do improviso é o mais fundamental dentro do espetáculo. Não importa como saiam as falas decoradas se não há o tempero especial daquilo que só sai na hora. Por mais que o momento não tenha saído como o ensaio, tenha certeza que só sairia falso se não saísse de suas palavras.

Beijo.

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