Todos dizem que sou louco. Mas eu não acho. Ah, mas eu acho! Eu nunca fui de acreditar nas pessoas. Elas mentem a todo momento. E falam verdades também. Sabe por que dizem que sou louco? Porque não entendem o que eu digo. Ora, se não entendem, os loucos são eles. Ou eu. Minha mãe nunca acreditou nessa história de loucura. Ou acreditou? Para ela, o meu problema era outro: dupla personalidade. Mas isso seria possível? Eu nunca acreditei. Pois eu acredito! Disseram-me que, independentemente de qual fosse o meu problema, eu deveria procurar um médico. Psiquiatra. Eu sou louco? Eu sou! Para que ninguém continuasse falando, fui. Acreditem: chegando lá, eu até gostei do lugar. Eu não! Tinha até uma cama! Não era cama, era um divã, seu burro! O doutor chegou. Chamava-se Lucivaldo. Que nome estranho. Eu gostei! Conversa vai, conversa vem. A pergunta derradeira: Você acha que está louco? Sim, doutor, eu estou louco. Mas quem é esse que diz eu estou louco...