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Mostrando postagens de janeiro, 2011

"Eh, Pagu, eh!"

“Quero ir bem alto, bem alto...numa sensação de saborosa superioridade...é que do outro lado do mundo tem uma coisa que eu quero espiar” – Patricia Galvão Não sei exatamente há quanto tempo me interesso pela figura de Patricia Galvão - ou, como é mais conhecida, Pagu. Não existe uma data marcada para que eu possa dizer: foi nesse dia em que a descobri. Não. Na verdade, hoje, vejo isso quase como algo intrínseco. Não lembro quando comecei a alimentar o desejo de descobrir mais, estudar, ler, conhecer, tentar entender o que se passava na cabeça dessa mulher. Lembro-me de uma única coisa: lá, nesse começo remoto, a única coisa que sabia era que ela havia sido uma militante política e que sofrera por toda a sua vida. Tão pouco perto do – ainda pouco – que sei hoje. Tanto para uma adolescente que só conhecia um mundinho cor-de-rosa, sem sofrimentos, sem dor, sem luta. Ao certo, a minha primeira lembrança imagética dessa figura faz parte de uma de minhas mais antigas lembranças
"Nos primeiros meses do domínio nacional-socialista Um trabalhador de uma pequena localidade na fronteira tcheca foi condenado à prisão por distribuir panfletos comunistas Como um de seus cinco filhos havia já morrido de fome Não agradava ao juiz enviá-lo para a cadeia por muito tempo. Perguntou-lhe então se ele não estava talvez Apenas corropido pela propaganda comunista Não sei o que o senhor quer dizer, disse ele, mas meu filho Foi corrompido pela fome" - Berolt Brencht em Tereza Freire - Dos escombros de Pagu