Eu sigo a Canção Nova pelo twitter,mas confesso que são raras as vezes que visito o blog deles. Mas este post me chamou a atenção pelo nome, o mesmo que intitula esse post. No primeiro momento, eu gostei pelo fato dele ser muito bonito, bem escrito e ter feito uma relação que, por mais que, como católica, eu possivelmente tenha feito inconscientemente, conscientemente eu nunca havia parado para pensar.
Já quando o li pela segunda vez, depois de alguns acontecimentos ao longo do dia, meu olhar se voltou para detalhes profundos, os quais me fizeram refletir. Alguns desses trechos eu colocarei a seguir, mas recomendo a leitura do mesmo por inteiro.
"Quando eu amo alguém como a mim mesmo, entendo que ele é outra pessoa e não fico tentando modelá-lo conforme a minha vontade. Percebo que ele soma na minha vida justamente porque é diferente, sendo assim, fazê-lo parecido comigo é perder tudo o que as diferenças acrescentariam na vida um do outro."
Eu amo meus amigos pelo que eles são, com suas diferenças e igualdades. Aprendo muito com eles,independente do que seja. Aprendo com seus sofrimentos, suas dores, suas alegrias e vitórias. Isso me faz ser melhor.
"Não exijo perfeição porque ele é tão humano quanto eu, acolhendo assim suas limitações e fraquezas da mesma forma que acolho seus dons e qualidades.(...)Por conhecer minhas misérias e do que elas são capazes de fazer na minha vida, não espero dele perfeição, por isso não deixo a decepção habitar em meu coração."
Esse trecho foi um dos que eu mais me identifiquei. Eu não consigo não perdoar, porque eu sei que eu posso,da mesma maneira, mesmo sem querer, acabar magoando a outra pessoa e, também, gostaria de seu perdão. Muitas vezes eu sofro inúmeras vezes, pela mesma pessoa. Sou inúmeras vezes criticada, muitas vezes duramente, mas não consigo ser diferente. Não consigo não tratar bem alguém que eu ame, porque, com certeza, eu amo meus amigos. As vezes não me entendem, as vezes eu mesma não entendo.
"Se eu estabeleço uma amizade desta forma, entendo que meu amigo é uma pessoa e não uma propriedade particular, um território reservado unicamente para ocultar minhas inseguranças e saciar minhas carências.(...) Por amá-lo e reconhecê-lo como alguém muito especial, quero que também os outros conheçam os tesouros do seu coração. Isso não me leva ao sentimento de ter sido colocado de lado ou ameaçado, pois já experimentei o quanto aquele amigo me ama. Sei que sou único em sua vida e por isso não preciso de exclusividade, pelo contrário, permito que o amor cresça, transborde e atinja a muitos outros"
Essa parte foi a que mais me tocou. Diferentemente da anterior, não porque eu me identifique, mas porque o dia de hoje, com tudo o que ocorreu, eu me perguntei várias vezes qual era o grande problema. E não encontrei. E a minha força e minha 'limpeza de alma', a certeza de que eu não estava errada, está ai, nesse lindo trecho. Ninguém é dono de ninguém. E ninguém é exclusivo de uma pessoa. Namorados não são,pai, mãe, irmão,família, não é. Quem dirá os amigos. Eu tenho vários e sei que esses vários tem mais outros. Nunca eu iria querer um amigo só para mim, exclusivamente. Porque, para mim, no momento em que isso acontecesse, eu não estaria mais tratando-o como amigo, mas sim, como um produto adquirido. Eu sei os amigos que me amam, e amo ve-los felizes com seus outros amigos. A felicidade é tudo o que importa! E a deles, é a minha também!
"Jônatas, quando viu a necessidade de Davi partir, não o impediu; pelo contrário, foi o primeiro a incentivá-lo a ir. Ele sabia que, em uma amizade verdadeira, a liberdade do outro é peça fundamental e que, muitas vezes, forçá-lo a estar perto é uma maneira mais rápida de perdê-lo. Não havia entre eles apego desequilibrado, mas amor verdadeiro, que liberta e não aprisiona."
"Somente quem ama nas pequenas renúncias de uma amizade é capaz de amar com entrega total de vida. Jesus amou assim: amou na simplicidade do dia a dia, sendo capaz de dar toda a vida no momento decisivo."
É por isso que os de fora não podem julgar a relação de amizade entre duas pessoas. São as pequenas coisas divididas por essas duas pessoas que movem a relação. E essas coisas não são gritadas aos quatro ventos para o mundo ouvir. São feitas em silêncio, na cumplicidade da troca entre amigos. É por isso que somente as pessoas que partilham essa amizade que sabem a grandeza que ela é, e a importância que possui em suas vidas.
Eu sempre achei que uma qualidade/defeito meu é esse fato de eu me entregar de corpo e alma para as pessoas que eu amo. De verdade, não me importo em me virar em 300 para conseguir estar com os meus amigos. Quantas e quantas vezes eu passei o dia na correria, só porque dois amigos que eu queria muito ver e que queriam muito me ver só podiam estar presentes naquele mesmo dia, mas em horários diferentes? Quantas vezes eu larguei algum programa individual para um em grupo? Arrependimentos? Nenhum! Nunca! Assim continuarei, assim viverei. Quebrando a cara e concertando para quebrar novamente. Mas, o mais importante, vivendo plenamente todas as relações que eu tiver!
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