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O segundo semestre de 2016 foi, provavelmente, o tempo mais desafiador da minha vida. Foi o início do meu processo de mudança, e também a época das minhas crises mais fortes. Em poucos meses, perdi as contas de quantas vezes acordei em meio a um ataque de pânico. Mas foi também o momento em que resolvi que aquilo não era normal e que estava cansada de viver presa a tudo aquilo; era hora de mudar, nisso também. A partir de então, fui buscando saídas, técnicas, possibilidades de mudança, de melhora. A vida foi me ajudando e me apontando caminhos; hoje, muitos deles são os que me salvam nos momentos de sofrimento.

O que faço?

1. Terapia - não foi a primeira técnica que tentei, mas é o topo da lista porque hoje sei que não posso viver sem. É meu maior investimento em mim mesma e na minha saúde. Desde a adolescência falava de ir para a terapia, mas cresci em uma família que acredita(va) que doenças psicológicas eram bobagem ou frescura; além disso, sempre tive dificuldade em falar dos meus medos, das minhas tristezas, fraquezas e fracassos. Mas um dia fui a uma palestra que mudou tudo; sai de lá com a certeza de ter encontrado quem eu gostaria que me tratasse. E foi em cheio. Aqui fica minha dica: encontre alguém com quem você se identifica, alguém cujo trabalho você admira e confia. O melhor terapeuta para mim, talvez não seja o melhor para você. Mas tente. Não tenha medo de tentar.

2. Meditação - tenho um casal de amigos que são fundadores de um aplicativo de meditação guiada - o Zen App. Foi essa minha amiga, também, quem me levou para a yoga. Escutei muito sobre o poder que essas duas técnicas têm sobre nós, mas levei um tempo para realmente confiar e acreditar nesse poder. Mas hoje a meditação faz parte do meu dia a dia, especialmente nos momentos de crise. As guiadas muitas vezes são a minha salvação na hora de dormir; ajudam a controlar minha respiração, meus ataques, me acalmam e me colocam para dormir que nem um bebê. As que faço durante o dia, me aliviam dos sintomas mentais e físicos da ansiedade, e quando tenho meus momentos de depressão, me ajudam a voltar ao ritmo normal. Minha dica: encontre o tipo que você mais se identifica; para mim, as guiadas são as que mais funcionam.

3. Afirmações positivas - quando não me sinto bem, quando tudo parece o fim do mundo e eu me sinto um lixo, lembro do que aprendi com minha amiga e com o livro da Louise Hay, "Você pode curar sua vida": faça afirmações positivas para você mesma. "Tudo está bem", "Você é linda, talentosa, feliz", "Você tem tudo o que precisa para ser feliz", são algumas afirmações da minha lista, que repetidas várias vezes, substituem os padrões negativos de depreciação que tendem a invadir nossa mente ansiosa.

4. Escrever - a escrita não é a minha expressão artística; não, a minha arte é a fotografia, mas em meio ao caos da minha mente, a escrita é o que faz com que eu consiga colocar ordem aos pensamentos e me dá um certo alívio. Ela não é uma constante em minha vida, mas sempre que necessito dela, ela está lá a minha espera. Tenho um pequeno caderno que vive ao lado da minha cama, e é para onde sempre vou quando preciso realinhar a mente.Com certeza, um dos meus melhores amigos nessa batalha.

5. Rotina - essa é, definitivamente, a minha melhor descoberta depois da terapia. Eu NECESSITO de rotina; preciso de planejamento, pensamento, organização. Preciso de hábitos bem traçados e definidos. Hoje, um dos meus grandes aliados é o despertador do celular; ele carrega meus horários e me lembra de sempre cumpri-los. Isso me dá noção do que preciso fazer, preenche meu tempo saudavelmente, e tira de mim o peso da culpa e do tédio de não saber o que fazer. Isso me ajuda a deixar minhas obrigações em ordem e sentir o alívio de cumprir prazos e manter a casa organizada durante os dias.


Se tem algo que aprendi nesses anos de luta contra esse mal é que, mesmo que nos ajudem, que estejam sempre ao nosso lado, só nós conseguimos encontrar a chave para nos sentirmos bem. Algumas ajudas podem ser padrões - como a terapia e a meditação - mas todas as outras coisas são extremamente pessoais. Nos inspiramos, as vezes, em outras pessoas, mas só o que nos identificamos de verdade é o que funciona para nós.

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