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Ontem foi um dia de reflexão. Durante uma conversa, muitas questões surgiram e ficaram na mente, montando um debate lá dentro. Com elas, acabei refletindo sobre diversas coisas, especialmente sobre o que ocorreu esse ano.
Se eu tivesse que defini-lo numa única palavra, com certeza seria “crescimento”. Pode parecer que não, mas amadureci bastante e aprendi coisas as quais eu devia ter aprendido há tempos.
Esse foi um ano muito importante para mim. Eu já sabia que seria, logo que ele começou, por causa da faculdade. Último ano, estágios, TCC, formatura...tudo isso significa muito na vida pessoal e profissional de qualquer pessoa. Mas eu não esperava que tantas coisas mudariam.
Acredito que tudo começou com o meu emprego. Ter que passar o dia todo fora de casa, trabalhando, tendo que cumprir meus horários se que ninguém falasse, tudo isso já começou a mexer comigo. Somado a isso veio minha pequena “independência financeira”. Claro, eu não me sustento com o salário que ganho,mas,com certeza, eu fui obrigada a rever alguns conceitos e a ter mais responsabilidade para gastá-lo da forma correta e me organizar para conseguir pagar as contas que EU fazia, coisa que nunca ocorreu com tanta força. Não ter que depender de mãe ou avó para sair, comprar uma roupa, ou qualquer coisa assim, é um salto e tanto!
Outra coisa que afetou bastante, na maioria das vezes, positivamente, esse meu “processo de mudança”, foram as amizades. Algumas apareceram, outras se afastaram, mais algumas se fortaleceram. Com todas elas eu cresci. Até com as que se afastaram, porque com essas eu aprendi a não mais ser cega, a não mais fazer tudo e confiar cegamente. Com as que nasceram agora, eu vi o que é uma conversa sincera, o que é poder realmente contar para qualquer hora e tive a certeza de que amizade é mais do que confiar em alguém, é entender e aceitar. Com as que se fortaleceram, pode ser que, em alguns momentos, elas não parecessem assim, mais fortes. Mas,para mim, esse é o sentimento. A prova é que, mesmo com os obstáculos, com as “pedras no caminho” elas continuam ali, presentes, dividindo momentos bons e ruins. Com todos eles, aproveitei todos os momentos, aprendi com choros e sorrisos, brigas e comemorações, conversas de dia inteiro e de minutos, olhares e palavras, sentimentos, abraços...com o estar, seja pessoalmente ou virtualmente. Poder tê-los, saber que existem, é a melhor coisa que existe.
A minha relação com todos – e, consequentemente, comigo mesma – mudou. Os que me conhecem a mais tempo percebem isso, especialmente minha família, que, mesmo não querendo, com certeza, foi, é, e sempre será a mais afetada por tudo isso. Os sinais são extremamente visíveis e,claro, eu os observo e aprendo com eles, também. Aprendo a equilibrar, a ponderar, a conversar, a compensar. A SER família. Esse é um aprendizado muito mais difícil do que eu poderia supor. É sofrido,também, mas é especialmente gratificante quando você percebe, mesmo que por um momento, acertou em algo, mesmo sabendo que, provavelmente, você errará num próximo passo. Como diria a música do grupo Anjos de Resgate: acredita, nos momentos mais difíceis da vida, eles sempre estarão por perto, porque só sabem te amar.
O meu processo ainda está no início, então, tudo é mais complicado agora, tanto para mim, quanto para quem está a minha volta. Paciência. Esse é um dom que eu tenho procurado exercer, nem sempre com muito sucesso. Tudo tem seu tempo. TUDO.
Hoje eu ainda estou, um pouco, “anestesiada” pelo remédio, o que, ontem, deixou-me mais sensível do que o natural, levando a todas essas reflexões, a todo esse turbilhão de emoções que, em quase todos os momentos, é tão forte que eu não consigo conter. O ano está acabando e um novo ciclo começa. Esse, de agora, foi o início de um processo de transformação que ainda perdurará por algum tempo. Eu acredito que a pior fase está passando, e isso me dá um alívio e um orgulho tremendo. Que venha o novo ciclo!

Comentários

Valéria disse…
Michelle,
Estava falando p/ a Iasmin outro dia como achava que você tinha mudado, e fico feliz por você também ter percebido isso.
Acho que todos nos transformamos bastante, mas queria deixar registrado como você amadureceu, está se comunicando tão bem (vc arrasou no João Cabral!), escrevendo com personalidade (este post é prova) e parece estar em equilíbrio, sem perder o seu lado criança, que é tão legal (A menina que queria o cachorrinho! hehe).
Espero que vivamos pós-tcc... Mais que isso, tomara que consigamos fazer muitas coisas legais ainda, e o que deu errado, que sirva de aprendizado...

Beijnho!

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